Um verdadeiro demônio

por Manolo do Texas Ter Jan 25, 2011 9:50 am

História produzida originalmente por Manolo do Texas

Um verdadeiro demônio

Lembro-me das férias em que Zeus me jogou do alto do monte Otris. Eu estava quase chegando ao chão, pronto para virar pó, quando surgiram mão negras e me pegaram... devem ter me levado direto para o inferno. Eu ainda era um bebê, então fui criado pelos espíritos do submundo que me deram o nome de Abbas.
Ao longo desses meus 16 anos de vida , eu sempre invejei as pessoas comuns; sim, como deve ter percebido eu não sou uma pessoa comum. Mas eu sempre invejei-as por terem uma vida comum, por não terem a imortalidade, e poder passar as férias com seus familiares, coisa que eu nunca tive. Em certos momentos tentei ser uma pessoa boa, mas sempre me tratavam como um lixo, talvez porque não conhecesse meus pais e familiares. Então, eu realmente me cansei de sempre ser o bonzinho, cansei de ler histórias onde o final é – “E viveram felizes para sempre”. Decidi me tornar um soldado. Soldado do medo, da dor, do pânico e do terror. Um soldado que destruiria exércitos e legiões. Decidi que não me curvaria diante de ninguém, decidi que me tornaria um verdadeiro demônio. Afinal, eu sou Abbas.
Os espíritos sempre me trataram como um rei, e faziam questão de me manter informado. Mas quando eu completei 16 anos, naquelas férias de verão, fiquei sabendo que o Olimpo estava sendo abalado por conflitos internos. Achei uma ótima oportunidade para atacar todo o Olimpo e me tornar o ser mais poderoso do planeta. Para isso eu precisaria destruir de um belo plano, no qual os espíritos os submundo me ajudaram. A idéia era que libertaríamos Tifão e Craken, os seres mais poderosos abaixo dos deuses... Tifão quase derrotou os olimpianos uma vez, unindo com as forças com Kraken , minha e do meu exército levaríamos o Olimpo a pó.
Começamos o nosso plano naquela madrugada de um calor infernal das férias de verão. Entrei no mar, em Miami Beach junto com alguns soldados meus, já outros ficaram esperando a beira-mar. Os policiais que estavam de plantão naquela madrugada tentaram impedir, mas meus soldados “cuidaram” deles. O Kraken fora amarrado pelos deuses naquele ponto onde eu estava, a uns 20 km dentro do mar, rodeado por água, eu sabia que estávamos em território inimigo, mas não desisti, Poseidon não conseguiria me derrotar. - Sabe, as pessoas pensam que qualquer movimento a mais nos mares, que causam as ondas são tsunamis, ventos ou furacões, mas na verdade são os grandes seres aprisionados pelos deuses que se agitam de tempos em tempos em alguns lugares. Eu estava parado, ao lado de meus soldados até que senti o mar balançar-se cada vez mais; era Kraken, sentindo minha presença e clamando por socorro. Ele estava amarrado por correntes marítimas, então meus soldados foram soltá-los, enquanto Poseidon apareceu, e eu tive de lutar com ele. Ele formava ondas de 10 metros e jogava-as sobre mim, mas não fazia efeito algum, a não ser me encharcar e destruir minha túnica grega. Meus poderes eram surpreendentemente imunes aos dele. Mas é claro que nem tudo dura para sempre, apenas a imortalidade. Eu teria de parar para recuperar minhas energias, mas felizmente meus soldaos soltaram o Kraken, que nadou por baixo de mim, fazendo-me ficar em cima de sua cabeça de 12 metros de largura. Aquele ponto as casas mais próximas já tinham sido levadas pela água a muito tempo... Enfiei duas lâminas na cabeça do Kraken, que rugiu com fúria, eu estava guiando ele, controlando seus movimentos. Mas apareceram outros dois deuses, Atena e Ares, os deuses da guerra. Para minha surpresa Kraken parecia um polvo super, hiper , gigantesco, que agarrou os deuses como brinquedos e os engoliu. Surpreendentemente foi muito mais fácil do que eu esperava.
Já estava amanhecendo quando mandei um de meus soldados guiar Kraken até o monte Otris, que fica acima do Olimpo. Fui em direção ao monte Otris já que lá Tifão estava preso, assim cercaríamos o Olimpo por cima e por baixo, e os deuses já não mais existiriam se não fosse a imortalidade. Mas eu iria prendê-los nos confins do submundo.
Depois de 3 dias de viagem chegando ao Monte Otris, Kraken e meu soldado já haviam chegado e meus outros soldados já tinham libertado Tifão, e fomos direto ao Olimpo. Começamos combater com os deuses. Mas eu os subestimei. Estávamos sendo derrotados; mas eu tinha uma carta na manga, sabia que a força não supera a inteligência, sabia que quando se está em desvantagem, tinha de trapacear! No monte Otris os deuses também prenderam os Titãs, então soltamos Gaia, que foi libertando os outros titãs. Logo Cronos, o titã controlador do tempo estava combatendo com Zeus, que parecia não agüentar mais. Todos os Titãs foram soltos e os deuses finalmente aos poucos foram derrotados. Só restando um, Hades, que não lutara com os deuses por não ser considerado um dos doze olimpianos. Eu o poupei; de algum modo sabia que tínhamos uma ligação, uma ligação como pai e filho.
Aquelas foram minhas melhores férias de verão. Foi quando me tornei um ser super poderoso, comandante de um exército de espíritos e uma legião de monstros... foi quando eu me tornei um verdadeiro demônio.